Foi campo a fora,
solitário, a procura de meu passado;
as margens da lagoa dos patos
despedi-me de minha vó.
Em fone de ouvido esbugalhado a trilha sonora;
em dia nublado,
isolado no nada,
encontro as raízes.
As flores de plásticos
confunde-se com as reais;
não sei dizer,
mas conheci meu passado
num deserto de capim, pedra abandonado,
onde o vento passa chorando...
onde o vento passa chorando...
Na sepultura aberta vivi a cena de Byron,
e na cidade vazia
cruzei o muro pinchado;
a frase que queria:
“Se votar mudasse alguma coisa, seria proibido”
Foi ao fundo em minha filosofia,
as margens da hipocrisia
em luto duas vezes...
Restou na paisagem do pampa a casinha vazia.
Venho embora,
sonhando com teu sorriso sobre o fundo de chita,
gozando com tuas fotos escondidas em um fundo de armário,
vivendo o teu choro por telefone...
Agora chove lá fora;
na previsão mítica,
choverá até a próxima lua cheia;
celebraremos a vida em discos, vinhos, livros e poesia...
Poema: Rodrigo Vargas Souza - 2010
Fotografia: Pampa - Bagé - 2008
Fotografia: Pampa - Bagé - 2008
Em memória da vó Aracy
Nenhum comentário:
Postar um comentário