Não me interessa a vida de terno e gravata,
O dinheiro não é o bastante para meu gozo mortal.
As pessoas estão em liquidação,
Não quero comprar ninguém.
Não suporto shopping center,
Odeio o português correto,
Pior são aquelas pessoas que ficam te corrigindo,
Parecem àqueles verificadores de ortografia do computador,
Regras, regras, só regras.
Os sorrisos falsos são cânceres que corroem minha ingenuidade,
Sonho todos os dias com o mundo que inventei,
Acordo e convivo nesse pesadelo com tanta gente sem graça,
Acabo sendo um sem graça vomitando utopias.
Resumo-me na minha própria deconstrução,
Sou fragmento,
Sou ficção.
O pior de tudo é quando você descobre que é tudo ilusão.
Esforço-me para ao menos existir, nem sempre consigo.
Não me interessa essas babaquices,
Esses conceitos preestabelecidos,
Essa estética burguesa,
Essa ordem televisiva.
Interesso-me pelo ar que respiro,
A água que bebo,
Pelo fogo hipnotizador das almas vivas.
Hoje vejo as árvores dançarem ao som do vento,
Transmuto novamente meus sonhos para realidade
Volto a crer na beleza de todas as coisas.
Fico a margem da minha lucidez,
Convivo com meu ser lúdico.
Reescrevo-me na minha poética tosca,
Volto ao crepúsculo
Revolvo-me na aurora
Não desisto!
Poema: Rodrigo Vargas Souza
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