quarta-feira, 3 de setembro de 2014

UM MORTO DE PAU DURO


Ontem foi encontrado
Ao meio da pouca mata que resta na cidade
Um cadáver de pau duro
Bala perdida
Masturbava-se no escuro
O que resta agora?
O vento assoviando
Um ruído de silêncio
Em meio à solidão
Um beijo sem batom
Alguns dentes cariados
Espermas encalhados
 
Há tantos salários
Salários miseráveis
Feitos de exploração
Estes sempre engordam as estatísticas
Maquiadas
Plastificadas
Estatísticas
Estatísticas cheias de estrias
De violência domestica
Fome
Suicídio
E depressão
 
Já o morto de pau duro
É exceção
Pois não tá fácil
Não
Viver com tesão
Imagina morrer então...
 
Poema: RVS

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