quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Mantra marginal

Sou ateu, poeta, vulgar, mas vivo!
Posso até fingir,
Mas nunca fingirei um gozo.
Não quero cargo, carro,
Me de asas...

Não tenho músculos, mas sou todo carne e osso.
O fedor poderá ser o melhor perfume,
O ruído, música,
Assimetria, minha arquitetura,
Místicas naturais do desejo,
Metáforas da existência.

Não aceito a verdade da submissão,
Vendem posturas na vitrine da Renner,
Não sou punk, rasta, não sou nada,
Já sou imbecil o suficiente,
Não quero etiquetas!

Sou todo meu bem,
Não me queira pela metade.
Muitos relacionamentos são prostituições conservadoras,
O estupro é cotidiano,
E da tudo na TV...

Devo estar errado?
Acho tão careta estar na moda,
E o pior é o conformismo!
Sou  terrorista de gaiolas,
Destruidor de preconceitos,
Ouvi dizer que a pior prisão é a mental...

Todos os dias eles perguntam,
Quanto você custa?

Quanto você custa?


Poema: Rodrigo Vargas Souza- 2003
Do livro: Um pedaço dilatado do tempo (primeira edição - 2007)
   

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